segunda-feira, 21 de junho de 2010

Litzkow

O Bocejo(2º livro)

Litzkow

Dança comigo hoje.
Uma musica apenas por favor!?

Em pensamento escolha a canção
que telepaticamente eu a ouvirei
E dançaremos juntos absortos,
em passos abstratos, sem tropeços reais

O urso polar resolveu hiberna no verão
para nos deixar a sós e você não viu
o verão passou,
e você não dançou comigo.

Os dragões medievais acenderam nossa fogueira
sem tocar a terra com suas patas e garras de cobre
deixando nossa gratidão confusa
sobre qual das cabeças se encontrar.

Dança comigo que o urso polar
sente frio
e esta olhando tristemente para nós
com um olhar de consternação.

Dança comigo para que minha bermuda jeans
Rasgada e pichada de símbolos satânicos e letras musicais
tenha o sentido de existir anos atrás outra vez.

Dança comigo a musica atemporal da nossa coleção de álbuns invisíveis

No chão de escorpiões dança comigo.

No tapete vivo do tigre branco na entrada da casa,

Na nossa varanda crepuscular do litoral frio.

Dança comigo na areia movediça, num mergulho profundo
Que nos leve a descoberta de um mundo subterrâneo de espelhos

Dentro da sua lágrima oculta retida pela membrana ótica
numa compostura altruísta familiar.

Dança comigo em segredo quebrando o destino com um martelo de ouro
Burla comigo os princípios da física
Dance e coloque uma de tuas mãos nas minhas costas
E a outra no que conseguir tocar de minha alma.
E se acaso conseguir se prenda nela.

Dança comigo que eu pressinto
no toque de nossas faces um grande acontecimento

Meu corpo torna-se um pedaço de terra que se desloca no oceano
Presa a um navio abandonado que se perdeu no meio do nada a séculos.

Dança comigo enquanto os cometas repentinos
Dão-me as respostas dos meus instintos premonitórios
Ao se chocarem no mar e uma chuva salinar começa a molhar a nós dois

Dança comigo até que haja apenas escombros da civilização
Enquanto migalhas de fogo nos consomem a beleza
E deixam as flores dos umbrais carcomidas
e venha o fogo fender da casa todas estruturas

Dança comigo enquanto o fogo nos atinge o corpo
nos queimando
depois de há tempos termos nos esquecidos de tudo,

Desfigurados continuemos a dançar como almas sombrias
Despercebidos ganhando o espaço.


Dança comigo a nossa canção que se levantou de um tumulo milenar para fazer carnaval
Onde não há mais nada de civilização.E agonizou-se...

Dança comigo nossa melodia antigravitacional
Enquanto as explosões do armagedon
Nos parecem mais os fogos de artifício
de nosso cerimonial.

Dança comigo o sonho de ser infinito
a realidade eterna da ilusão.

Vamos dançando e levitando até aos ares inconscientes.

Dança comigo quando a inspiração esvair da minha mente
e a poesia deixar livremente consciente as minhas mãos.

Dança comigo agora!

16/07/2009

2 comentários:

Regiane Litzkow, disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Regiane Litzkow, disse...

É honra pura ser título de qualquer coisa que você escreva. O convite para a dança, não só me envaidece, como toca o mais profundo da minha alma. Você me faz acreditar na literatura, me produz aqueles ímpetos longíquos de mudar o mundo através de poesia. Me transporta àquele tempo e aos gestos inocentes. Torna o meu jeito calmo em pura efusão. Me inquieta, me desperta desse universo frio e capitalista que a vida nos sujeita. Me faz querer voar alto. Sim! Dançar, dançar, dançar... É impossível rejeitar um convite tão tentador e sublime.