quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Feinha


Feinha

A olho bem perto quando sorri,
Sorri de lado
Para esconder a falha entre os dentes.

Sentada,
baixinho como que por descuido solta um punzinho
como bolinha de sabão.
Fico um pouco sem saber o que digo

Embora não feda tanto não.
Acho que ela foi obra de um escultor:
Tem coisa física nela que não se entende
Mas algo transmite

Uma extravagância que se ressalta
Ainda que delicada.

E um valor absurdo embora pareça um pau de estrada.

No meio desse frio, numa escuridão de roça
Passo-lhe o fósforo entre as pernas
E incendiamos a madrugada.

27/06/10 
  

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